sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A RTP gastou 52 mil euros em agendas e brindes? Andamos a brincar?


Mas não foi só a RTP. A CP, a Metro de Lisboa entre outras empresas públicas comportam-se em tempos de crise como se vivêssemos todos dentro no cofre do tio Patinhas. E o governo ousou pedir e exigiu sacrifícios aos portugueses?
Li boquiaberto um artigo sobre os gastos das empresas públicas durante o ano de 2009, vivíamos em plena crise apesar do Governo já na altura se comportar como uma avestruz míope. Ou enfiava a cabeça na areia ou quando a levantava a medo optava por não ver a ponta de um corno, maquiavélicamente e consciente do perigo.
Mas mais do que os ordenados de mil euros por dia como ganha o Presidente da TAP e outros gestores públicos, mais do que os prémios de milhões escandalosos pagos aos gestores das diversas empresas públicas, chocou-me ler alguns pormenores da gestão que neste momento ocorre na RTP, que é financiada, como sabemos, por todos nós.
A RTP, um canal público que apesar de pago pelos contribuintes tem a lata de passar 20 minutos de publicidade entre programas, concorrendo deslealmente com os demais canais da nossa praça, tem uma gestão que faria corar um taxista daqueles que usam dois livros de facturas.
Gastar 52 mil euros em agendas e brindes? Mas a RTP é alguma Empresa farmacêutica com delegados espalhados pelo país? Depois queixam-se que não há dinheiro para aquilo que lhes compete fazer, o tal serviço público, acabando com programas geniais como o Contra-informação por falta de verbas? Onde andam programas já gravados e anunciados no site oficial e noutros programas do canal (num deles tive o prazer de participar através da Mandala como um dos co-autores de guião)? Porque não passam? Estão na gaveta?
685 Euros por dia pagos ao Presidente da empresa? O Homem é astronauta? Arrisca a vida no espaço? E €1,133,389 pagos ao Conselho de Administração? Vão a Marte estes senhores?
Mas mais: "66 carros da empresa de alta cilindrada (Audis), atribuídos a directores, subdirectores e assessores, com cartão Galp Frota, para uso profissional (também ao fim-de-semana) e que custam 600 mil euros por ano à empresa" 
Isto na mesma altura em que os funcionários são alvo de cortes de todo o género. A RTP é um elefante do qual o Estado tem decididamente de se livrar. Metam esta escandaleira na ordem ou vendam-na ao Zoo de Lisboa se preciso for. Os portugueses não têm de pagar a factura de uma empresa que de serviço público pouco tem e que se comporta como uma privada com acesso livre ao cofre sem fundo do Estado (os bolso do contribuinte), gerida com uma incompetência que é facilmente observável nas contas anuais apresentadas, e que serve como ninho a meia dúzia de boys, que continuam a sorver descaradamente e a gastar indiscriminadamente o que a muitos custa ganhar.

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