Nasceu sobre uma mina de ouro de recursos naturais e continua determinada a crescer. A cidade do espaço tornou-se um centro de produção de energia e o ponto de descolagem dos EUA para a exploração do espaço. No entanto, a quarta maior cidade dos Estados Unidos foi construída sobre um alicerce de areia. Literalmente.
Houston foi construída nas estreitas margens de quatro cursos de água pantanosos que desaguam no Golfo do México. Durante anos, os residentes de Houston têm contado com as águas subterrâneas para satisfazer as suas necessidades, mas as enormes quantidades necessárias para abastecer a cidade em constante expansão enfraqueceram a base de Houston.
Também a extracção de petróleo foi prejudicial para as fundações da cidade, tal como foi a expansão contínua dos edifícios, para não mencionar os 300 ou mais fendas sísmicas activas que existem debaixo das ruas e arranha-céus de Houston. Agora, muitas partes da metrópole - especificamente Jersey Village ao Nordeste - estão lentamente a afundar-se, até dois centímetros por ano, de acordo com o Science Daily.
Especialistas observam que, embora tenham conseguido abrandar significativamente o desastre nas áreas em que deixaram de extrair água do solo, ainda não foi encontrada uma solução definitiva para o problema de Houston.
Xangai, China
Localizada na costa da China, esta grande cidade foi construída sobre pântanos em torno da foz do rio Yangze. Originalmente uma pequena vila de pescadores, Xangai começou a atrair cada vez mais moradores em meados do século XIX. Casas modestas foram substituídas por arranha-céus de tirar o fôlego, transformando Xangai na cidade mais densamente povoada do mundo, sendo o lar de mais de 20 milhões de pessoas até 2001.
Até ao início do século XX a cidade lidou bem com a rápida expansão, até que os poços subterrâneos se transformaram numa importante fonte de água e o depósito de sedimentos subjacentes foi perturbado. Segundo a cadeia noticiosa PBS, Xangai afundou cerca de oito metros entre 1921 e 1965, o que equivale a cerca de dois centímetros por ano. A cidade continua a cair a um ritmo de cerca de um centímetro por ano.
De acordo com especialistas, pouco pode ser feito para manter Xangai acima do solo - a cidade é simplesmente demasiado pesada para a sua base. No entanto, num um esforço para retardar o processo, é obrigatório que todos os novos edifícios de grandes alturas sejam construídos com profundas estacas de cimento para ajudar a suportar o seu peso.
Nova Orleães, EUA
Quando os colonos escolheram Nova Orleães como capital da Louisiana francesa nos EUA, fizeram-no por causa da sua localização no interior. No entanto, qualquer proteção que a cidade tenha tido da terra, foi levada pela água, transformando o sítio favorito dos americanos para celebrar num dos locais do mundo mais propensos a tempestades tropicais.
Cerca de metade da cidade está abaixo ou ao nível do mar, mas só depois do furacão Katrina é que os peritos realmente de aperceberam da situação de Nova Orleães. Em 2006, a National GeographicKatrina. As barragens destinadas a proteger a cidade do Golfo afundaram-se quatro ou cinco vezes mais depressa.
Os especialistas dizem que pouco pode ser feito para salvar a cidade: de acordo com um relatório emitido em 2009 pela Academia Nacional de Engenharia do National Research Council, "os diques e as barragens em torno de Nova Orleães não podem oferecer protecção absoluta contra o galgamento ou fracasso em eventos extremos. Se a recolocação da cidade não é uma hipótese viável, a alternativa seráelevar o primeiro andar dos edifícios, no mínimo, acima do nível de inundação possível nos próximos 100 anos."
Veneza, Itália
Já passaram centenas de anos desde que os venezianos decidiram construir a imponente Basílica de São Marcos e a vasta Piazza San Marco em cima de pranchas de madeira submersa e renunciaram às estradas a favor dos canais.
Naquela altura a geografia da cidade fazia sentido: o acesso directo ao mar era necessário para manter o controlo do comércio no Mar Mediterrâneo. Mas a escavação em busca de água doce provou ter um impacto negativo sobre a cidade. De acordo com The Christian Science Monitor, Veneza já afundou quase meio metro nos últimos 100 anos.
Para piorar as coisas, os níveis de água no mar Mediterrâneo estão a subir. Embora a "acqua alta" (água alta) tenha sido um dos exilibris deste pólo turístico durante séculos, a frequência das inundações tem aumentado dramaticamente nos últimos anos. Justin Demetri, do site LifeInItaly.com, afirma que Veneza enfrenta mais de 60 espidódios de cheias por marés altas por ano.
Preservar Veneza tem sido uma prioridade do governo italiano nos últimos 30 anos. Vários milhares de milhões de euros foram dedicados a um sistema de defesa contra inundações, o Projecto Mose, que deverá ser concluído este ano ou no próximo. No entanto, alguns especialistas afirmam que a única maneira de salvar a cidade é movê-la totalmente.
Cidade do México, México
Construída no leito de um lago instável no Vale do México, a Cidade do México tem sido confrontada com a possibilidade de ir abaixo. No entanto, de acordo com os geólogos, há partes desta enorme metrópole que estão a afundar cerca de oito centímetros por ano.
A cidade é fortemente afectada por inundações de águas subterrâneas que descem das montanhas circundantes, conduzindo à construção de um vasto sistema de drenagem subterrânea. Mas a excessiva extracção de águas subterrâneas a partir do leito do lago Texcoco, no século XX, levou a fundação de barro da cidade a desmoronar-se, obrigando a metrópole a afundar-se. E como a cidade afunda, o mesmo acontece com o sistema de drenagem, forçando as águas residuais a reverter o curso e voltar para a cidade. De acordo com AZCentral.com, a capacidade de drenagem da Cidade do México diminuiu em 30 por cento desde 1975.
Muitas das construções encontradas na zona histórica da Cidade do México - incluindo a monumental Catedral Metropolitana - já começaram a afogar-se em argila mole.
Há vários projectos em andamento para manter esta cidade à tona, inclusivé um túnel de 23 metros de largura que irá depositar as águas residuais a cerca de 40 quilómetros ao Norte da cidade. É um investimento de mais de 780 milhões de euros. Mas apesar dos melhores esforços, os engenheiros dizem que não há maneira de manter a Cidade do México a salvo.
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