sexta-feira, 3 de junho de 2011

Não há nada para festejar domingo



Na segunda-feira acabou-se. Podem fazer a festa toda no domingo, discretamente, porque não há muito a festejar. As sondagens indicam com clareza que o próximo governo será do PSD com o CDS. Fechou-se o ciclo de José Sócrates e mais um do PS. Para a semana começa aquilo que o país andou a adiar: o que podia ter sido uma evolução com tempo será uma revolução dolorosa à pressa que agora será realizada da pior maneira, com sangue, suor, lágrimas e tudo hipotecado, da soberania, à vida das famílias. O próximo Governo tem o programa mais difícil de executar de sempre em Portugal. Um programa que não é seu, com timmings rígidos quase impossíveis de cumprir.


Na segunda-feira acabou-se a brincadeira, mas a democracia não pode ser suspensa. A troika que emana de países democráticos, dos países mais democráticos do mundo, esteve-se nas tintas para a democracia. Impôs um programa de governo a um país desgovernado e sem governo. Não quis avançar com um empréstimo intercalar e esperar pela legitimidade democrática de um novo Executivo com quem negociar. E agora não há tempo, mesmo que  ministros e secretários de Estado sejam todos novos e ainda não conheçam os cantos à casa. Há medidas que têm de estar prontas em Julho e Agosto... Há provavelmente medidas que chocam com a constituição e se a Constituição for suspensa para aplicar o programa da troika por não haver tempo de a rever segundo os parâmetros democráticos, passamos a viver em ditadura. No domingo, nem os vencedores deviam fazer a festa. Não há nada para festejar.


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