terça-feira, 19 de julho de 2011

Portugueses trabalham muito ou pouco?

A ideia de que os portugueses têm férias e feriados em excesso é um mito que as estatísticas desmentem. Em Portugal trabalha-se mais horas por semana do que, por exemplo, em França, Espanha ou Alemanha.
Os portugueses, entre férias e feriados, descansam 35 dias por ano e trabalham em média de 32 horas por semana. Os franceses esmagam a concorrência: beneficiam de 40 dias de descanso e fazem 28,24 horas semanais. A Espanha é mais comedida: 36 dias e 31,06 horas semanais.
Os alemães descansam menos (30 dias) mas na jornada semanal estão abaixo dos franceses: 25,18 horas. Neste indicador, o mínimo europeu pertence à Holanda: 24,78 horas. A Finlândia, por exemplo, descansa 40 dias, mas a média semanal é de 30 horas.
Na Europa, apenas a Grécia (34,17 h) e países de Leste como a Hungria (33,64 h), Polónia (37,37) ou República Checa (36,17 h) batem a média portuguesa.

Produtividade em causa

O problema de Portugal não está, portanto, no volume de trabalho mas na sua produtividade, tendo em conta o custo-horário. O que interessa é o custo unitário de cada peça produzida. É por isso que economistas como Alberto Castro, apontam para a redução dos custos de produção como objetivo prioritário.
Mas o professor da Universidade Católica não defende a redução drástica da Taxa Social Única, uma das medidas que permite reduzir o custo do trabalho. Alberto Castro na linha do que defende igualmente Daniel Bessa, é dos que falam em reduzir feriados ou aumentar a jornada de trabalho para aumentar a competitividade das empresas.
Ficaríamos deste modo mais perto dos países de Leste ou da Coreia do Sul (39,88 horas), que na lista da OCDE bate o Japão (33,33 horas) e a Rússia (38,76 horas).
Um outro estudo a partir dos dados da OCDE já tinha concluído que Portugal, sem entrar com efeito férias, era dos países com uma dose diária de trabalho mais intensa (9 horas e 20 minutos). E uma parte relevante desta jornada - 3 horas e 53 minutos - não é paga.
No trabalho não remunerado, Portugal surgia mesmo no 1.º lugar da lista da OCDE, juntamente com Turquia e México.

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