quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A verdadeira história dos mineiros do Chile

Durante 69 dias, estiveram presos debaixo de terra. Mas os 33 mineiros do Chile tiveram ajuda extra para superar a reclusão: comprimidos, marijuana e até pornografia. E até algumas das imagens do resgate foram manipuladas
As drogas é que não chegaram a todos. “Nós sabíamos que alguns fumavam marijuana, mas nunca me ofereceram uma passa”, lamentou-se Samuel Avalos ao jornalista do New York Times Jonathan Franklin. O repórter lançou esta semana o livro “33 Men: Inside the Miraculous Survival and Dramatic Rescue of the Chilean Miners” (33 homens: Dentro da milagrosa sobrevivência e do resgate dramático dos mineiros chilenos), baseado em entrevistas a 120 participantes no resgate.
chilenas deixarem de ser tão rígidas em relação à correspondência que era enviada para o subsolo. Assim, as famílias aproveitaram ainda para enviar tabaco e medicamentos.
Mas há mais revelações no livro: depois da recusa das autoridades em oferecer 10 bonecas insufláveis, doadas por um empresário, os mineiros foram presenteados com pornografia e posters do jornal “La Cuarta”, com mulheres nuas. Os mineiros é que não ficaram especialmente agradados com esta troca: já tinham criado uma espécie de quarto para “visitas conjugais” com as bonecas e pensavam partilhá-las com recurso a preservativos. No entanto, as autoridades acharam que cada um deveria ter a sua própria mulher de plástico, não fosse a partilha causar invejas e ciúmes.
“O empresário só podia dar 10. Eu disse-lhe: 33 ou nenhuma. De outra forma, estariam a lutar pelas bonecas insufláveis: agora é a vez de quem?”
Talvez ainda mais surpreendente seja a revelação de que o momento do resgate, visto por milhões de pessoas em todo o mundo, teve algumas cenas pré-gravadas, usadas para encobrir situações mais embaraçosas. Isto aconteceu quando um cabo de vídeo usado para emitir as imagens do interior da mina foi cortado e um técnico teve de o reparar. Imagens antigas também foram usadas para “disfarçar” uma violenta discussão entre elementos da equipa de resgate.
Os piores momentos aconteceram, contudo, nas primeiras duas semanas, depois da derrocada. Sem qualquer contacto com o exterior, pensaram em suicídio e canibalismo. “Com comida ou sem comida, eu ia sair dali. Como? Calculei que mineiro ia entrar primeiro em colapso e depois comecei a imaginar como iria comê-lo. E não estava envergonhado por pensar nisso, nem com medo”, disse um dos mineiros ao programa da CBS “60 Minutos”, no domingo passado. Outros consideraram o suicídio: iam ligar as máquinas e matar-se com monóxido de carbono. Mas ao 17º dia, a equipa de resgate conseguiu contactá-los. 

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