quinta-feira, 2 de junho de 2011

A rapariga mais peluda do mundo

A vida de Supatra Sasuphan mudou radicalmente quando recentemente entrou para o Livro de Recordes do Guinness como a ‘rapariga mais peluda do mundo’. Antes, a criança de 11 anos era apenas conhecida como “cara de macaco” ou “rapariga lobo”, expressões que os outros miúdos usavam para gozar com ela na escola.
Supatra Sasuphan, da Tailândia, sofre de hipertricose congénita ou síndrome de Ambras, uma doença que desencadeia o crescimento de pêlos na cara, orelhas, braços, pernas e costas. Até há pouco tempo, quem sofria deste problema era descriminado e considerado um lobisomem.
Mas apesar da jovem tailandesa também ter sido vítima de muitos preconceitos nos seus primeiros anos de vida, agora é uma das alunas mais populares da escola e a sua diferença física já nem a incomoda.
“Já estou habituada. Não sinto o cabelo a mais que tenho na cara porque sempre foi assim. Por vezes, quando o cabelo fica muito comprido, tenho dificuldade em respirar mas espero um dia ficar curada”, contou Sasuphan.
Os médicos já fizeram várias tentativas para acabar com o problema da criança mas nem o tratamento a laser produziu grandes mudanças. Os pêlos voltaram a crescer tão grossos como antes e crescem de tal forma depressa que a mãe, Somphon, tem de os cortar regularmente com uma tesoura.
Supatra já nasceu assim e nos primeiros dias de vida teve logo de ser submetida a uma cirurgia para conseguir respirar.
“Ela teve de ficar numa incubadora nos primeiros três meses só para conseguir respirar e depois foi operada uma segunda vez. Ficou no hospital 10 meses”, recordou o pai, Sammrueng, de 38 anos.
Como se não bastasse a doença da filha, que o casal Sasuphan só descobriu quando a bebé nasceu, a família ainda teve de lidar com a descriminação dos vizinhos.
“Quando voltámos para casa, perguntavam-me que pecado é que eu tinha cometido para merecer tal coisa. Sempre me preocupou a forma como as outras pessoas a iriam tratar”, confessou a mãe.
Ainda assim, Somphon acredita na cura da filha:
“Os médicos estão à espera de uma nova máquina a laser. Mas, se for muito perigoso, acho que não avançamos para o tratamento. Faremos qualquer coisa para ajuda-la.”
Apesar das pessoas ainda pararem na rua para a observar, Supatra Sasuphan, acredita ser uma criança normal e até já sabe o que quer ser quando crescer.
“Quero ser médica para ajudar os pacientes quando eles se magoam e ajudar a curar as pessoas”, revelou a criança de 11 anos.
Enquanto isso, continua a brincar com a irmã de 15 anos, Sukanya, a fazer natação e a ler livros com os amigos da escola, que agora a aceitam sem qualquer problema.

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