quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sabes como o Estado esbanja o nosso dinheiro?!!!...... (parte III)

Só em festas, na esmagadora maioria promovidas por autarquias, gastaram-se mais de 4 milhões de euros desde 2008. Com rigor: 4.324.163,13. Os festejos foram os mais variados: festa do leitão, da sardinha, das flores, do fado ou do emigrante. Estes dados estão disponíveis no site transparência-pt.org, onde desde 2008 são agrupados os dados sobre ajustes directos que o Estado é obrigado a publicar. Os concursos públicos não estão abrangidos.
Medina Carreira defende que, nas câmaras municipais, até se podia economizar na própria estrutura: "Temos um mapa autárquico do século XIX, do tempo em que se andava de carroça de um concelho para outro. Não faz sentido ter 308 municípios, metade chegava. O mesmo para as freguesias. Em vez de mais de quatro mil, deveríamos ter duas mil." Barcelos, por exemplo, tem 122 mil habitantes e 89 freguesias. Lisboa, com 564 mil habitantes, tem apenas 53.
O social-democrata Nogueira Leite aponta outros exemplos de desperdício na administração. Na semana passada, sugeriu que três institutos reguladores que tratam áreas relacionadas entre si e que deveriam articular-se passassem a um só, poupando assim muito dinheiro: o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (89.747.978 de euros de orçamento para 2010), o Instituto de Infra-estruturas Rodoviárias (7.380.000 de euros) e o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (65.523.031 de euros).
As empresas municipais também são clássicos do excesso de despesa - o líder do CDS, Paulo Portas, lembrou no fim-de-semana passado que elas empregam dois mil gestores. Em Itália, o Governo vai cortar 4,9 mil milhões de euros nas despesas com as empresas municipais.
Há ainda as obras cujos custos derrapam sistematicamente. O Tribunal de Contas (TC) chamou recentemente a atenção para os 241 milhões de euros perdidos em apenas cinco delas e que resultaram de "ineficiências, falhas e erros de gestão", defeitos no projecto inicial ou pedidos de trabalhos adicionais. Guilherme d'Oliveira Martins, presidente do TC, já dizia em 2008 que "há desperdício" na governação e "muitas infra-estruturas construídas para ninguém". Um exemplo é o viaduto inacabado de Vila Franca de Xira, que termina numa encosta e vai dar a lado nenhum. A construção terá custado perto de 2 milhões de euros pagos quase na totalidade pelo construtor (José Maria Duarte Júnior) e uma pequena parcela pela autarquia. A Câmara quer agora gastar mais 100 mil euros - para o demolir.

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