quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sabes como o Estado esbanja o nosso dinheiro?!!!...... (parte V)

Não é só o Governo a gastar em festas e comemorações. Este ano, Jaime Gama, presidente da Assembleia da República, queria pagar 60 mil euros por uma peça de teatro que assinalasse o centenário da República. A sugestão foi chumbada pelos deputados (com os votos a favor das bancadas do PCP e do Bloco de Esquerda). Mas o Parlamento já tinha pago, em 2008, 6.200 euros por uma outra peça de teatro, A Casa das Luzes - da Fé à Razão, encenada por Maria do Céu Guerra. E o orçamento da Assembleia para 2010 cresce em quase todos os itens. Nas viagens, são mais 708.000 euros, 25% acima de 2009. O total de 191,4 milhões para este ano é sete milhões de euros superior ao último orçamento.
As grandes despesas do Estado são com pessoal e prestações sociais. Vencimentos, subsídios, apoios, reformas e juros representam cerca de 90% do total. O antigo ministro das Finanças Miguel Beleza diz "que o resto são alfinetes". E mexer na despesa implica fazer mais do que cortar nos alfinetes. O FMI, por exemplo, sugeriu cortes nas prestações sociais (que são 37 mil milhões de euros, cerca de metade do Orçamento português em 2010) e nos funcionários públicos (que representam 23% dos gastos). A Irlanda pôs esta medida em prática. Medina Carreira já não acredita que os portugueses, que nem nas pequenas despesas poupam, consigam fazê-lo sozinhos: "Defendo a vinda do FMI. Já. Não gosto, mas que haja alguém que nos salve."
De facto, na administração pública, o muito que se gasta parece não chegar. Este ano irá contratar externamente 110 milhões de euros em assistência técnica, 91,6 milhões em vigilância a segurança, 35,4 milhões com pessoal em regime de tarefa ou avença e 384,3 milhões em pessoal contratado a termo. Estas pessoas, mais os restantes funcionários públicos, implicaram um gasto anual de 30 mil euros de garrafões de água no ano passado.
No princípio de Maio, a direcção-geral de Administração da Justiça deu indicações escritas aos serviços e tribunais proibindo-os de renovar os contratos para aluguer de máquinas de refrigeração e fornecimento de água. No Ministério da Saúde, as garrafas de água serão substituídas por um jarro. Não são conhecidos exemplos de outros ministérios ou direcções gerais que tenham seguido estas orientações.
O Estado não gasta só em água. A Câmara de Loures, por exemplo, comprou 7.278,6 euros de espumante em 2010. O Estado pagou um total de 13.532 euros de espumante desde o ano passado. E o regimento de transmissões do Exército adquiriu 4.200 euros de whisky novo.
E uma vez que, em cerca de dois anos, o Estado gastou já 1.622.513 euros em esculturas (a mais cara custou 132 mil euros à Câmara de Chaves) talvez ainda alguém se lembre de fazer um monumento ao desperdício. Tudo o mais, pelos vistos, já deve ter sido feito em forma de estátua.

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